terça-feira, 8 de março de 2011

Editorial

Editorial  - O Trombone nº 111

A Praça é um patrimônio público, do povo. É dos bêbados, dos loucos, dos namorados, dos políticos, dos estudantes, dos donzelos e das ´´donzelas``, dos poetas, das filarmônicas, dos artistas que a utilizam para apresentações diversas inclusive protestos, dos sonhadores, da meninada, de todo mundo, inclusive dos medíocres. Como a praça é um lugar público comporta também o imbecil, e todos, juntos, fazem a alegria ou a tristeza, com ou sem relevo, comum ou extraordinária, ordinária ou agradável, vulgar ou rara. Se o seu dono está feliz, como diz Caranguejo do Taxi : nada a reclamar, tem regras para julgamento de quem detêm o poder para fazer o bem estar coletivo de negros e brancos, ricos e pobres, homens e mulheres, enfermos e sadios. A praça também serve para os mentirosos, os enganadores, os incrédulos, os blasfemadores, e os tiranos exercitarem suas mentes, falarem o que o coração sente ou se agruparem em desejos inconfessáveis e se sobreporem a realidade dos fatos. É preciso acabar com o ridículo proselistimo de que não foi bem assim, que foi por falta de assessoria que a placa que deveria registrar o verdadeiro fato, ao invés disso promoveu a ignorância e não justiça aos que antes fizeram com que o povo nela se reunisse. A praça não foi inuagurada coisa alguma, ela foi reformada, ela foi reinuagurada, porque já existia, e serviu de palco para grandes confrontos de ideias, hoje, na lata do lixo; serviu para que as filarmônicas inebriassem o público amante da boa música, nos acordes do Apolo e da Lira dos Artistas; serviu de palco para concentrações religiosas da mais alta significação, hoje ampliada aos evangélicos. Ela hoje serve para confrontar o passado com o modernismo, realidades distintas com uma Igreja Matriz de arquitetura secular iniciada a sua construção em 1688 e concluída em 16 de outubro de 1700, em estilo néoclassico, quando foi celebrada a primeira missa; do lado oposto, no estilo barroco, foi iniciada a edificação do prédio da Câmara Municipal, em 1726 e concluída a construção em 1727. A Praça da Purificação data 0000, passou por duas reformas, uma idiota, no governo Mário Lima, e uma outra no segundo governo de Manoel Marques, que cometeu a estupidez de demolir os dois coretos que abrigavam políticos e artistas, em variados eventos. A própósito, os dois coretos tinha nomes atribuídos pelo povo: o dos engenheiros e o dos pedreiros, um mais suntuoso que o outro. O atual dizem que é um palanque para homenagear a Sociedade Filarmônica Filhos de Apolo, todo em vermelho e branco, em detrimento da Sociedade Filarmônica Lira dos Artistas com o seu verde e branco. Convidada para se apresentar no palanque do Apolo, músicos da Lira dos Artistas se recusam.

A praça reestruturada que serviu para contemplar tourada ``vinda diretamente de Madri´´ ainda tem um Chafariz construído e instalado durante os anos de 1870/1872, estupidamente descaracterizado com o piso em seu derredor pintado de vermelho. A nova praça não contempla a criança nem o idoso, e porque considerá-la como local aprazível se os extremos não se tocam? Muitos a consideram como a construção do século, e se sentem volvidos ao passado, lembrando o quanto foram felizes e não sabiam. Em verdade, ela é digna de uma administração mediocre. A sociedade continua se perguntando: quanto custou essa marivilhosa pérola?

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