terça-feira, 8 de março de 2011

Aloisio Lago

Obrigado à todos por esses 10 anos

Ao celebrar dez anos de existência, estamos reunidos na casa de Deus, com amigos, simpatizantes, políticos, anunciantes, enfim, com a sociedade santamarense, para festejar com o brilhantismo que a data requer esse maravilhoso dia que coincide, com a alma desse povo que tem como marcos religiosos os dias 15 de janeiro dedicado ao Senhor Santo Amaro e o 2 de fevereiro consagrado à Nossa Senhora da Purificação.

Em 2000, candidato à Prefeito da cidade para marcar uma posição política, após exercer o meu direito de voto, no Círculo Operário Católico de Santo Amaro, fui questionado por Zezão e Zopa, preocupados com o futuro político da cidade e com a sorte dos santamarenses. Perguntaram-me: o que fazer daqui pra frente? De imediato lhes respondi: fundar e escrever um Jornal, comprometido com a cidade e com a sua gente. Nasceu ali um jornal, como uma criança; faltavam as providências de registro do menino, e dar-lhe nome, reconhecer a sua personalidade jurídica. Na rodoviária, ao embarcar para Salvador, um encontro marcante com Zé Wilson Bacelar Dantas, a quem prestamos homenagens póstumas. Durante a viagem discutimos a linha editorial, o formato, e a logomarca do jornal. Não demorou e surgiram naturalmente o nome e a logomarca: O Trombone.

Através desse periódico, quem não tinha como protestar, denunciar, sugerir, historiar, poetizar, analisar condutas e fatos, passou a ter a sua disposição um veículo de comunicação, importante, sim, para a cidade e o seu povo. A maior das marcas desse periódico é o compromisso comprovado ao longo desses dez anos: a Verdade. Quem a exercita tem a consciência tranqüila, e por esse exercício, é merecedor da confiança popular, daí a credibilidade que goza.

Retrocedendo ainda no tempo, nos reencontramos no dia 2 de fevereiro de 2001, na Praça 14 de junho, às 19 horas, para o lançamento oficial que se resumiu a uma pequena distribuição dos 3.000 exemplares, em preto e branco, no formato duplo oficio, impresso na Gráfica do Sindicato dos Petroleiros, com matéria de capa assinada por Mabel Velloso, dedicada a Nossa Senhora, destacando do texto: “O dia 2 de Fevereiro é um dia especial no coração de cada Santamarense que canta e pede à “Virgem Mãe Puríssima” que nos dê “paz e proteção para que possamos chegar ao Vosso coração”. E nós, do Trombone elevamos à Virgem Puríssima, Mãe de Deus e de todos os homens, uma prece de gratidão eterna por nos conservar com os exemplos dos nossos pais: dignidade, honradez, justiça, lealdade e verdade.

Os dois primeiros exemplares foram para as mãos de Geraldo Salles, a R$ 1,00 cada. Mais tarde, Geraldo, para orgulho e satisfação nossa, tornou-se um dos principais articulistas desse periódico, escrevendo por um bom tempo até o momento em que deixou para reabrir o Jornal A Defesa, agora, de sua propriedade. A coluna por ele assinada levava o título “Meu Santo Amaro”, para homenageá-lo, por seu amor e carinho à essa cidade.

Logo no dia seguinte, portanto 10 anos hoje, fomos procurados pela querida Dona Zozó, para nos parabenizar pela iniciativa e incentivar a continuidade do periódico. A cada edição, olhe ela, gente! com a mesma cantiga, mesmos gestos: meu filho! está lindo, continue assim, e continuamos, só que mais envelhecidos pelo tempo vivido de dez anos, cabelos mais grisalhos, contudo, caráter mais sólido, com perspectivas futuras mais realistas, sem sonhos mirabolantes, muito menos devaneios, mas determinação segura de servir à cidade, sobretudo a sua juventude, porquanto é ela a grande esperança, de um dia encarar os desafios políticos, sociais, econômicos dessa sofrida terra. Não nos parece ser um sonho impossível se nos determinarmos a sair da posição de críticos contundentes sem nada oferecer. Temos consciência de que se nada fizermos a curtíssimo prazo vamos comer do fruto amargo que plantamos e que regamos todos os dias, e também para colhe-los.

Ao longo desses 10 anos, são inúmeros os seus colaboradores, muitos dos quais nos ajudaram na conclamação para essa solenidade, sim, solenidade mesmo, porque somos dignos dela, pela determinação de sustentar com a ajuda de poucos, que se transformaram gigantes, para que pudéssemos estar aqui reunidos, não lamentando, nem chorando, ao contrário corações alegres, sorriso estampado na face, e a boca escancarada, cheia de dentes, parafraseando o grande Raul Seixas, sem estarmos diante do trono de um apartamento qualquer, esperando a morte chegar, porque estamos na plenitude das nossas consciências, certos de que a juventude precisa de um farol para que possa buscar o seu caminho. Acreditamos que não estamos sendo demagogos com essa afirmativa. Tudo que dissemos, como pensamentos nossos ou não, jamais mereceu correção de quem quer que fosse. É isso que nos conforta e nos permite assertivas como essa, porque o máximo que pode ocorrer com uma das afirmações quaisquer, é a busca da verdade, é o esclarecimento, e nos propugnamos a isso. Quando a nossa juventude acordar, vai pesquisar o tempo desperdiçado, nas bibliotecas da cidade, e vai encontrar palavras ácidas, quando da análise de um comportamento qualquer, sobremodo, quando envolvendo recursos públicos, mas, não vai encontrar palavras desrespeitosas.

É possível, na qualidade de mortais, que ao longo desses dez anos tenhamos cometido algum deslize, imperceptível, tão diminuto, que não se tem registro de falha, e se porventura alguém se sentiu agredido, ofendido, por nós, aqui, diante de Deus, nos penitenciamos.

Ainda jovem, buscando nos livros o saber e o conhecimento, li de um filósofo que não me recordo o nome, uma pequena citação que até hoje, apesar da distância, não me esqueci.

“O que importa é saber a que fui destinado: ver o que Deus quer propriamente que eu faça. O que importa é encontrar uma verdade que seja verdade para mim e uma idéia pela qual eu possa viver ou morrer”.

Fui destinado, apesar de todos os sacrifícios e incompreensões, a abrir caminhos e ultrapassar obstáculos sem olhar para trás, sempre com os olhos e a mente projetados para frente, ainda que por linhas tortuosas.

O encontro da verdade é sempre uma luta permanente, diuturna, porque os ouvintes precisam crer naquilo que ouvem, senão o retrocesso político é iminente e a descrença e a desesperança lhes domina.

A idéia, a mais rica das peças abstratas do homem, nos leva a soluções inimagináveis, busca fórmulas para diminuir o fosso social.

Tudo isso me fortalece no dia a dia, e me ajuda a superar dificuldades, especialmente quando aliado a vocês, na concepção de mais uma edição do Trombone. Isso demonstra que sozinhos não somos nada; mas, somos muita coisa quando agimos coletivamente.

A imprensa tem forte influência num regime democrático; tem um papel fundamental no controle das atitudes do governo, especialmente, quando essas não correspondem aos reclamos da sociedade e se aliam a interesses inconfessáveis. Ela zela pela segurança nacional, defende o território pátrio e se junta aos mais dependentes para o respeito aos seus direitos fundamentais, denunciando quem, em nome do povo, negocia parte da soberania nacional. Todas as tentativas de cerceamento da liberdade parcial ou total da imprensa, é um tiro certeiro na democracia, e todos devemos repudiar essas tentativas. Democracia é imprensa livre! É liberdade total do ir e vir! O resto é golpe!...

Por fim, mais duas homenagens póstumas a duas figuras distintas: a primeira ao companheiro e colaborador desse jornal, por longo período Vivaldo Ornelas; a segunda, a um brasileiro, que com a sua coragem e bravura, ajudou o país a se reencontrar com o seu povo e estimulou a juventude a estar sempre atenta aos movimentos de força, interno ou externo: Chico Pinto, foi um grande formulador de edições desse jornal que agora lhe rende homenagens pela sua luta em defesa dos oprimidos. Por fim, como dizia o grande Chico Pinto, a nação parava para escutá-lo quando assumia a Tribuna da Câmara dos Deputados, não há derrotas definitivas para a liberdade, ou, se preferirem outra frase construída num dos seus gigantescos comícios em Santo Amaro: Foi aqui, com vocês, que aprendi a cantar o Hino da Independência e a proclamar, ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil.

2 comentários:

prof Valdir disse...

Muito nos apraz tamanha atuação desse valioso instrumento de auxilio social ao município de Santo Amaro-BA. Mormente pela consistência de revelação da verdade e, sobretudo por ter à frente um conspícuo cidadão como Aloísio Lago.

Destarte, sobre Aloísio Lago, tenho o orgulho de parabenizá-lo por essa belíssima peça de arquitetura que é o jornal "O TROMBONE" dada a sua profícua atuação e lisura para a divulgação e solução dos problemas de Santo Amaro.

São duas figuras extraordinárias, o saudoso Chico Pinto, e nosso ilustre Aloísio Lago, ambos,pois, fazem parte da história da minha vida. Portanto, parabéns Aloísio pelos 10 anos de existência desse profícuo labor.

Que o Grante Arquiteto do Universo continue te abençoando.

Contatos: 71- 814421174 ou 92017311 - email:profvaldirfraterr@hotmail.com

Cordialmente,

Prof. Valdir Dias Santana
Pedagogo - esp. Ead e Novas Tecnologias.

aloisio lago disse...

Caro Valdir
Suas considerações acerca do Trombone e do seu amigo, me fortalecem para continuar na luta, luta em prol dos fracos, desassistidos e descamisados. Valeu por me ajudar a compreender que que estamos sempre à disposição das pessoas, colocando as ideias para conhecimento público.
Aloisio Lago