
Sinceramente, gostaria de poder chegar a cada nova edição trazendo elementos não repetidos, afinal, os santamarenses, críticos, por certo, aguardam dos colaboradores desse singular informativo, uma nota diferente das estabelecidas.
Infelizmente o “rol” dessas matérias está limitado — não sei se estrategicamente — nas velhas novas coisas de sempre.
Nunca escondi a minha predileção nos temas voltados a urbe, seja ela qual for, isso posto, me vejo na obrigação de traçar um rápido comentário, mais uma vez, acerca da famigerada “Contribuição de Iluminação Pública - CIP”, que, apesar dos questionários e ações, continuam a listar as nossas faturas mensalmente.
Por certo, você leitor, já ouviu ou guarda consigo o mesmo sentimento quanto ao real papel desse tributo. Segundo a concessionária de energia elétrica— COELBA -, a arrecadação se destina a cobrir os custos com iluminação pública e melhoramento do sistema (ambos, a cargo da prefeitura). Lamentavelmente são valores pouco divulgados e discutidos, não permitindo um parecer abalizado no que tange a falta de manutenção, por exemplo, dos comandos elétricos e substituição de lâmpadas, por vezes deixando os logradouros às escuras por mais de noventa dias.
Estado de emergência?
Em maio de 2010, o Chefe do Poder Executivo, - leia-se, prefeito - diante das fortes chuvas que atingiram Santo Amaro, recorreu ao Governo Federal e Estadual com o pedido de decretação de estado de emergência.
No dia 17 de agosto, em uma audiência pública realizada na sede do Botafogo, com moradores do Verde Vale, Celina Porto, Santo Antonio e comitiva do Prefeito, o então Secretário de Finanças, Sr. José Pedro Caldas, colocou aos presentes que fora depositado, no dia 13 de agosto , na conta da prefeitura municipal de Santo Amaro a verba de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), recursos disponibilizados pelo governo Estadual, segundo, para serem aplicados em obras de controle das cheias.
Estou trazendo ao leitor esta informação, pois, é grande a cobrança dos cidadãos e cidadãs que residem nas “áreas de risco” ou próximas aos cursos d’água (rios e córregos). Recentemente, alguns pontos da cidade foram tomados pelas águas e, mais uma vez o mesmo cenário.
A partir desse mês de maio, inicia nessa região o ciclo das chuvas, que, salvo mudanças outras, perdurará até o mês de agosto. Não tenho como mensurar o índice pluviométrico ao longo desses noventa dias (espero), porém, uma coisa é certa, mais urna vez os ribeirinhos serão penalizados e aí a “doce” pergunta — infelizmente:
AFINAL QUAL O REAL DESTINO DADO A VULTOSA CIFRA?
Utopia e realidade - (Fonte: Revista Espaço Acadêmico, nº 56)
‘A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”
(Eduardo Galeano).
Diante do sentimento de impotência e desesperança expresso por significativas parcelas da população mundial com relação à possibilidade de transformação social em nosso tempo, o próprio conceito de utopia passa a ser interpretado na contramão de seu significado original. A caracterização de utopia como mera ilusão e de utópicos como sujeitos distantes da realidade, sonhadores e alucinados, reforça uma tendência explícita da ideologia dominante na sociedade de naturalizar a realidade existente como a única possível e deslegitimar processos sociais com potencial de transformação. Neste sentido, urge uma reflexão sobre o que se entende por utopia e realidade, o que separa e o que une esses dois conceitos, centrais para a construção do conhecimento e da existência humana. O conceito de utopia, por sua vez, também passou a ser compreendido de diferentes maneiras no decorrer da história. Originalmente, a palavra provém do conceito grego ou-topos, que designa um “não-lugar” ou “lugar nenhum”. O escritor inglês Thomas Moras é quem, certamente, mais contribuiu para a difusão do termo, ao usá-lo para intitular sua obra mais famosa, indicando um território imaginário onde a sociedade por ele idealizada aboliu a propriedade privada e a intolerância religiosa, estando centrada nos valores da justiça e felicidade humana. Assim, o termo utopia passou a ser utilizado por muitos outros pensadores tanto para descrever “mundos ideais”, como A cidade do sol (Tommaso Campaneila) e Nova Atlantis (Francis Bacon), como para designar o que já existia anteriormente com este significado no pensamento humano, como, por exemplo, A República de Platão. Confrontados com uma sociedade injusta e desigual “realmente existente”, muitos pensadores foram fundamentando sua crítica à “realidade” com base em uma projeção idealizada positivamente, uma idéia regulativa de mundo desejado.
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