quinta-feira, 5 de maio de 2011

Editorial

Aonde quer que estejamos, a violência está presente. No Brasil, do norte ao sul, do leste ao oeste, ela é marcante, variando apenas na forma e na intensidade. Nos cinco continentes, as informações em tempo real nos levam a colocar as barbas de molho, pelo temor, de aqui, também, acontecer na mesma medida, ou mais avançada, ou mais infame. As guerrinhas aqui, ali, lá e acolá, o que representam para a sociedade em geral, senão, a caracterização da intolerância, por motivos fúteis, a exemplo do genocídio que se praticou no Iraque, no governo Bush, sob o pretexto da existência de armas de destruição em massa? Quem, afinal, foi o grande vilão? A difusão da violência praticada em nome do estado e para a sociedade civil, nos remete a cenas horríveis, cada uma diferente da outra e na forma de praticá-la. Em nome da soberania nacional, mata-se, como moscas, e por decisão de um governante ou de poucos apaniguados, faz-se exercícios de tiros para engordar as empresas bélicas,- de onde - dos Estados Unidos. Não importa que muitos dos seus soldados percam vidas em combates despropositados, busca-se a hegemonia política para prevalecer a dominação para a continuidade da exploração em nome da democracia plena. O que podemos dizer das violências praticados por soldados americanos na pratica da tortura horrenda, na prisão de Guantánamo na ilha de Cuba? O que dizer das declarações do ditador Ernesto Geisel, que a tortura é um bem necessário? E por que culpar Bin Laden pelo fatídico 11 de setembro? Por que matar os que se opõem aos palestinos, ou aos israelenses? Por que destronar Khadafi e por que não Obama que segue o ritual americano de tirar do caminho todos aqueles que lhe criam dificuldades para o seu crescimento econômico e geram  a incerteza da continuidade da exploração? Uma das violências mais terríveis é aquela que se pratica dentro do poder conferido pelo povo: a corrupção. É aí que se estabelece a grande diferença: no modelo educacional e na qualidade de vida do cidadão. Aqui, no nosso país rouba-se tanto que aqueles que não tiveram oportunidades de frequentar escolas, se acham no legítimo direito de afrontar o estado, assaltar os mais abastados, metralhar  indefesos, estuprar  jovens de um, dois, dez, quinze anos de idade sob os mais variados pretextos. Até mesmo no campo religioso, a violência se apresenta com uma força que leva os incrédulos a pensarem que alcançarão o Paraíso se contribuírem com 5 ou 10% dos seus minguados salários. As noites que deveriam ser da família para o equacionamento dos problemas e dificuldades, dos ajustes do  comportamento e das orientações para a convivência na sociedade, são  dedicadas aos exemplos televisisos, onde a família é lixo, a mulher objeto e os filhos, problemas. Os Wellington (monstro ou vítima de Realengo) são sub-produtos criados por essa sociedade, má, perversa, egoísta, que quer tudo para si. Não podemos deixar de levar em consideração o que o golpe de 64 nos legou, e enquanto não dermos um basta na sangria dos cofres públicos, vamos ser a escória crescente deste planeta corruptivo. Tal economia vai permitir investimentos na educação e na formação de uma parte considerável da população.  

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