terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Editorial - O Outro Avanço


Várias e sucessivas pequenas passadas, podem significar um grande passo na direção desejada. Nós estamos, com certeza, andando no rumo certo, apesar da demora em muitas oportunidades ser inquietante, pelo afã de encontrarmos as soluções rápidas para os problemas brasileiros, desde Cabral.

Não há dúvidas que no Poder Judiciário reside uma enorme parcela da corrupção que nos preocupa, aflige e consome. Não é possível captarmos todos os dias a desfaçatez dos que deveriam pugnar pela moralidade pública, justificando os métodos lesivos aos interesses da sociedade.

Quem não admite o jargão “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, deve agora, nesse momento, estar a respirar novos ares com a possibilidade concreta de uma grande reviravolta nos princípios éticos e morais da nação brasileira, a começar justamente pelo Judiciário que sentiu o peso da organização da sociedade e o valor da sua luta pelos seus direitos, fundamentais para que as grandes transformações ocorram. E a quem compete proceder essa metamorfose? Simplesmente ao povo, de quem emana todo o poder, apesar da vontade obtusa do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, ter tentado desqualificar a Lei da Ficha Limpa, oriunda exatamente do POVO, através de uma proposição popular, com mais de um milhão e meio de assinaturas, que obrigou aos homens de toga, que se acham superiores às Leis, a se ajoelharem aos pés do seu patrono, o Povo. A Lei da Ficha Limpa, é bom que se repita sempre, de origem popular, desceu goela abaixo dos “vetustos” magistrados que foram compelidos por dois motivos extraordinários, a descerem do pedestal e chegarem ao nível do desejo da sociedade: a compreensão da necessidade de frear a caravana da corrupção desgovernada, e a urgente necessidade de dar vez aos que, de fato, desejam servir à Pátria, sem a presença dos agentes corruptivos, empresários, em todos os processos eleitorais, aqui, ali e alhures.

Essa reviravolta aconteceu pela pressão de dentro para fora, com a determinação da Desembargadora Eliana Calmon, em enfrentar as “feras togadas” e vasculhar os bolsos daqueles que, travestidos de magistrados, engordam as suas contas bancárias, robustecem seus patrimônios e desfilam com a miséria alheia. A vitória, da Dra. Eliana, apertadíssima, da moralidade, de 6 a 5, no STF, forçou a mudança de muitos votos do conjunto dessa instituição, e os incrédulos assistiram a grande vitória do povo, 7 a 4, pela constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, a sua aplicabilidade, já, nessas eleições municipais de outubro próximo. É verdade que muitos corruptos dela vão participar, muitos serão eleitos, outros ficarão de fora, mas, o povo estará de olhos abertos e combaterá a corrupção, a erva daninha, que sufoca os direitos dos cidadãos: educação com excelência e saúde com dignidade. Que novas iniciativas populares venham, que o Povo seja o promotor e o grande vencedor. Basta que cada um participe.

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