terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O Penetra

Foi-se o tempo em que o penetra terminava se incorporando aos convidados e por educação os paraninfos da festa aceitavam o ‘‘duque de entrão’’.Mas, também, tinha aqueles anfitriões brabos que não admitiam a presença de quem não fora convidado. Nesse caso, o penetra, era gentilmente convidado a se retirar sem que os presentes percebessem o gesto do dono da casa. Também tinha o ignorante que não dava colher de chá, em nenhuma hipótese, e fazia questão de mostrar o quanto era grosso, e o de humilhar o penetra, agindo da seguinte forma: quando percebia a presença indesejável do penetra, gritava para o  maestro da banda: pare de tocar, que tem penetra no salão.  Estava instalado o ti, ti,ti. Quem é o penetra? Quem é o espertalhão?Quem é esse desassuntado? O baile só recomeçava com a retirada do ousado. Palmas para o dono da festa e tudo continuava como dantes.
O prefeito daquela época era uma figura marcante e era geralmente convidado para todas as ocasiões, não importando aonde, muito menos quem produzia o evento. Era uma figura ímpar, desejada por todos nos seus acontecimentos familiares e sociais, aplaudido quando adentrava ao salão, ou a sala, ou mesmo o quintal. Na saída cumprimentava os presentes e era conduzido até a porta da rua, onde ouvia: boa noite, prefeito. Obrigado pela visita.
Os tempos mudaram, as pessoas também. Hoje em dia quem não é convidado pelo dono da casa, não é bem aceito em lugar algum.
Nas comemorações de uns 70 anos, na sede do Ideal, um funcionário exemplar, convidado para o baile, se achou no direito de telefonar para o chefe lhe comunicando o 0800 com muitos convidados. O penetra se arrumou, se perfumou, recrutou subalternos, cercou-se de seguranças e foi... Quis fazer da chegada um momento triunfal, partiu para cima dos convidados, de mesa em mesa, para cumprimentar a todos, e não foi bemchegado. Chi... Chi..., que cara de pau danado! Algumas vezes estendeu a mão para cumprimentar . Os  pseudos cumprimentados viraram os rostos, evitando assim o afago. Os donos da festa, divididos: metade, p. da vida; a outra parte, comportou-se com indiferença, dando graças a Deus quando o penetra se mancou, e bateu em retirada. É nisso que dá, pensar que é o dono do pedaço, desconhecendo o terreno em que pisa.
Advinhem quem protagonizou esse mal estar?

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