quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Editorial - O preço da corrupção

Arma invisível, destruidora, se instala como uma doença sorrateira  se acomodando num corpo desavisado, e indefeso à contaminação , com dias contados para perecer.
É tão avassaladora que o rastro por ela deixado é de pura destruição: ética, moral, intelectual, familiar. Somente quem acredita ser possível reverter o momento atual brasileiro, com a corrupção impregnada nos três poderes da república, com tentáculos gigantescos, cada dia criando fórmulas para driblar as leis e saquear os cofres públicos, espera que surja de fato, alguém comprometido com a moralidade pública e empreenda ações concretas para contê-la.
È Dilma, a eleita para esse enfrentamento? Pode ser, mas é difícil, porque os partidos políticos, sem exceção, estão atolados até o gogó com a imoralidade incrustada nos ministérios, governos dos estados, na própria presidência da república, nas assembléias legislativas, nas câmaras municipais, nas prefeituras, nas secretarias estaduais e municipais, nas empresas estatais e no poder judiciário. Até o ar está contagiado. Então, é difícil crer que esta via seja o estuário para a moralização das atividades política e pública.  Quem de fato tem o poder para inverter essa equação da corrupção, é o povo. Por acaso, ele está mobilizado para empreender a maratona dos bons costumes com propostas que sensibilizem o Congresso Nacional, (contaminadíssimo com o virus) ou o Poder Judiciário (pai e mãe das liminares), que destrói, aliás manda jogar no lixo provas acima de suspeitas para livrar da execração pública políticos sabidamente corruptos e corruptores, detentores de parcela considerada da riqueza de seus estados? Isso não é crível, está mais para fantasioso.
Mesmo remando contra a maré, o povo deve estar vigilante, organizado e nas ruas, fazendo delas o instrumento da insatisfação geral, para servirem de canais  comunicativos a fim de que as suas palavras de ordem ecoem e reproduzam o quanto necessário para que fortalecido, com propostas populares, possa inverter a situação e permitir que a honestidade sobrepuja a safadeza nos três poderes.
O Brasil está apodrecendo, mergulhado na corrupção. No nosso quintal é visível. Servidores públicos trabalham com camisas vermelhas com as iniciais do PT e o número 13. E daí? A vergonha e a imoralidade fazem a festa.

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