quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

“Triste Paradoxo!”

Na sala uma janela aberta
E de outro lado um espelho
De onde e na hora certa...
Vejo o amarelo e vermelho,
Cores do belo arrebol
No majestoso pôr-do-sol!
E nesse sublime momento
E na extranha linguagem do vento,
Ouço uma voz me dizer:
Corno é lindo o entardecer!
Nesse instante saio à rua...
E ali, deitada no chão,
Uma criança maltrapilha, seminua
Pedindo esmola, me estende a mão!
Pergunto-lhe:Você tem mãe?
Minha mãe é uma pobre ceguinha,
Sem lar, sem abrigo, sem ninguém
E concluído: Aquela criancinha
A mim me respondeu
Eu sou cega também!
Oh! Deus... Como isso me doeu.

José Serra de Queiroz

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